Smartsourcing

Acha que o seu tempo é demasiado limitado para dar resposta a todas as solicitações da sua actividade profissional? Vive intensamente o seu dia-a-dia, consumido pelo stress de mil e uma actividades pendentes, dia após dia?

Bem, este cenário de saltar de reunião em reunião, é um cenário real e bastante comum para qualquer gestor de topo ou intermédio do novo milénio. Efectivamente, as nossas organizações assemelham-se cada vez mais a um campo de guerra, onde o stress assume-se como uma figura dominante entre as tropas e seus comandantes, devido ao elevado número de tarefas que são necessárias desempenhar, mas onde o principal problema é que a maior parte dessas tarefas são tarefas que pouco valor acrescentam ao nosso trabalho ou à nossa empresa.

Todas as empresas têm uma cadeia de valor. Essa cadeia está assente em actividades primárias, como o marketing, e actividades secundárias, como a contabilidade. O que é que isto quer dizer? Quer dizer que existem tarefas ou áreas de actuação que definem as nossas competências distintivas face à concorrência, e existem tarefas que são de suporte à organização da empresa.

Mas para a gestão de topo da empresa, muitas vezes as áreas secundárias, áreas que criam poucas ou nenhumas vantagens competitivas, consomem demasiados recursos e originam tantas ou mais preocupações como as actividades primárias. Será que estes gestores não deviam procurar alocar o seu tempo mais eficientemente, de modo a poderem concentrar-se a desenvolver a estratégica da empresa, o marketing da empresa ou a política de inovação?

"Smartsourcing" é uma obra datada de 2006, escrita por Thomas Koulopoulos e Tom Roloff, na qual defende que as empresas não sabem tirar partido das vantagens de realizarem as chamadas "externalizações inteligentes", isto é, de poderem dinamizar a sua própria cadeia de valor, externalizando algumas actividades ou processos, de modo a libertar recursos, tornarem-se mais flexíveis, e realizarem mais inovação.

Segundo estes autores, as principais vantagens do Smartsourcing (externalização inteligente) são:
  • A economia do alcance (a empresa realiza a externalização das suas funções secundárias e concentra-se no desenvolvimento do marketing e da inovação)
  • A passagem da propriedade para a estratégia (as empresas em vez de construir-se enquanto organização em torno de um produto, constroem-se em torno da estratégia)
  • Os trabalhos sem lugar (a externalização ocorre onde quer que seja, desde que a empresa e os seus stakeholders possam ganhar com isso).
Mas este é mais um processo win-win, aliás, não faz sentido uma empresa preocupar-se em realizar smartsourcing se não procurar o parceiro ideal. O parceiro deve ser encarado numa óptica de cooperação estratégica, e não simplesmente numa óptica de redução de custos, passando antigos custos fixos para custos variáveis, ou alienar as suas actividades secundárias a terceiros.

Numa economia global, hiper-competitiva, as organizações têm procurado apenas desenvolver as suas vantagens competitivas através das suas competências internas. Mas actualmente, e recorrendo ao Smartsourcing, as organizações podem ser mais competitivas que nunca.


Fonte:
Koulopoulos, Thomas M. and Roloff, Tom, Smartsourcing - Driving Innovation and Growth Through Outsourcing, Platinum Press, 2006

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