O fim da crise mundial?

Por definição, uma economia entra em recessão técnica quando após dois trimestres consecutivos regista desempenhos negativos em torno do indicador PIB (Produto Interno Bruto). Para essa economia sair do estado de "recessão técnica" basta registar um trimestre de evolução positiva. Estamos a poucos dias de os Estados Unidos da América anunciaram a evolução do PIB no terceiro trimestre deste ano. A 29 de Outubro, saberemos se a maior economia mundial continuará a contrair-se ou se por outro lado tenderá a sair da pior recessão dos últimos 70 anos.

A Bloomberg noticiou recentemente que é esperado um crescimento da economia norte-americana na ordem dos 3,2% face ao segundo trimestre deste ano. Será uma óptima notícia caso a mesma se venha a confirmar. Os EUA sairão assim oficialmente do estado de "recessão técnica" e estarão aptos a prosseguir novamente o caminho do crescimento.

Mas seja qual for o valor oficial da evolução do PIB norte-americano, será que a economia mundial poderá aclamar o "fim da crise"? Bem, neste momento ainda é cedo para afirmar o que quer que seja, mas existem indicadores que não podemos ignorar:
  • E economia chinesa, a terceira maior do mundo, cresceu 8,9% no terceiro trimestre de 2009, um valor mesmo assim inferior ao esperado pelos analistas da Bloomberg que apontavam ser de 9,0%
  • O défice da Balança corrente Portuguesa diminui 26,5% até Agosto face a igual período do ano passado, mas suportado pela quebra do valor do barril do petróleo
  • Na passada semana, 530 mil norte-americanos avançaram com pedidos de subsídio de desemprego; diversos economistas esperam que a taxa de desemprego suba até aos 10% até final do ano, o que pode induzir numa quebra do indicador de consumo privado, que representa 70% do valor do PIB norte-americano
  • A confiança dos empresários alemães (de relembrar que a Alemanha é a maior economia da Zona Euro e a quarta maior do mundo) atingiu em Outubro o valor mais alto desde Setembro de 2008
  • Em Setembro, 510 mil Portugueses estavam registados nos centros de emprego, mais 115 mil que em igual período do ano passado
O consumo privado é o indicador com maior Peso no PIB. Será que se o desemprego continuar a aumentar, por mais um trimestre, o consumo privado tenderá a fechar o ano em queda o que poderá provocar uma nova contracção no PIB?


Fontes: Bloomberg; INE; IEFP; Diário Económico

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