A competitividade no mundo - uma análise à metodologia do Global Competitiveness Report do Fórum Económico Mundial

O Fórum Económico Mundial (WEF) lançou recentemente a edição do Global Competitiveness Report 2011-2012. Esta iniciativa procura estudar os níveis de competitividade em torno das várias economias, construindo um ranking com as economias mais competitivas do mundo. Na nova edição foram analisadas 142 economias, sendo que a Suíça foi classificada como a mais competitiva do mundo.

O WEF estuda à várias décadas a competitividade económica das nações, e define "competitividade" como "o conjunto de instituições, políticas e factores que determinam o nível de produtividade de um país" (WEF, 2011). De realçar que para os economistas, é o nível de produtividade que determina no longo prazo o nível de prosperidade de uma economia, sendo que as economias mais produtivas são aquelas onde o nível de riqueza é superior.

No gráfico seguinte, podemos visualizar as pontuações obtidas pelos 10 países mais competitivos do mundo, e compará-los com as pontuações obtidas pela Espanha e pelos países PALOP da amostra (Portugal, Brasil, Cabo Verde, Timor Leste, Moçambique e Angola).
Portugal surge este ano classificado na 45ª posição do ranking, enquanto o Brasil surge em 53º lugar. Moçambique e Angola são os PALOP pior classificados, surgindo em 133º e 139º lugares respectivamente. Nos próximos posts neste blog, iremos analisar o porquê dos países PALOP estarem longe dos primeiros lugares do ranking.

De realçar que falar de competitividade não é necessariamente o mesmo de falar de crescimento económico. O domínio da competitividade é algo estrutural, implica a condução das economias para patamares de criação de riqueza por habitante sustentáveis no longo prazo. Por isso, a classificação do nível de competitividade é atribuída aos países com base na análise de 12 "pilares":

1) Instituições
2) Infraestruturas
3) Ambiente Macroeconómico
4) Saúde e ensino primário
5) Ensino superior e formação profissional
6) Eficiência do mercado de bens
7) Eficiência do mercado laboral
8) Desenvolvimento do mercado financeiro
9) Nível tecnológico
10) Dimensão do mercado
11) Sofisticação de negócio
12) Inovação

Da análise do WEF, os países são agrupados em três grandes grupos:
1) Economias conduzidas pelos factores básicos (as menos desenvolvidas)
2) Economias conduzidas pela eficiência (as intermédias)
3) Economias conduzidas pela inovação (as mais desenvolvidas)

Ainda existem dois estágios de transição, onde se encontram as economias que estão a transitar do grupo 1 para o grupo 2 e do grupo 2 para o grupo 3. Abaixo, fica a tabela com os vários países analisados e a sua classificação por grupo.


Aqui, constatamos que o único país PALOP presente no grupo 3 (economias conduzidas pela inovação) é Portugal. O Brasil está na segunda fase de transição, enquanto Moçambique e Timor-Leste são ainda classificados como economias conduzidas pelos factores básicos.

Como referi anteriormente, nos próximos posts, iremos analisar a classificação de cada um dos países PALOP mais a fundo.


Fonte: World Economic Forum. 2011. Global Competitiveness Report 2011-2012.

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