Mais investimento em educação produz mais resultados?

Normalmente, os países e as empresas investem procurando maior retorno para os seus resultados: sejam crescimento económico ou lucros. Mas o investimento nem sempre compensa. Por vezes, pode revelar-se ineficaz, principalmente quando o investimento não é dirigido ao aumento da capacidade produtiva. Já o investimento em educação também ele pode nem sempre ser dirigido ao aumento da capacidade produtiva, isto é, orientado para a produção de melhores resultados.


O gráfico acima foi construído por mim e tem por base o investimento público total em educação no ano de 2012, medido em % do PIB (fonte: Eurostat) e uma média global dos resultados dos testes PISA para 2012, nas áreas de matemática, leitura e ciências (média aritmética simples, obtida pela soma dos três resultados). Os vários países estão ordenados por ordem crescente em relação ao seu investimento em educação (dado em % do PIB, na escala da direita). Assim, a Itália surge, nesta amostra, como o país que menos investe em educação e Portugal como aquele que mais investe (4,2% do primeiro contra 5,7% do segundo, valores que são dados pela linha vermelha). Já os resultados médios globais do Teste PISA, são dados pelos gráficos de barras, e medidos pela escala da esquerda. Assim, é fácil constatar que o "gap" mais profundo entre investimento e resultado, isto é, a diferença mais expressiva dos vários países da amostra, é encontrado em Portugal (5,7% de investimento público em educação contra uma média global de 488 pontos nos testes PISA).

Esta análise não tem como objetivo dizer que a educação em Portugal produz fracos resultados para a quantidade de fundos que nela é investida. Esta análise procura apenas relacionar duas variáveis. E dessa relação é possível sugerir que não é a quantidade de dinheiro investido que produz bons resultados. A Alemanha investe pouco e tem bons resultados, enquanto a Noruega investe mais que a Alemanha e não consegue tão bons resultados. Mas em Portugal muito há a fazer para reforçar a nossa competitividade e crescimento. Uma melhor educação é fundamental para reforçar a competitividade do país e das nossas empresas.

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