Uma estimativa da Comissão Europeira publicada a 19 de Janeiro de 2009 prevê que a dívida pública portuguesa atinja o valor de 68,2% do PIB no final de 2009 e 71,7% do PIB em 2010. Como em 2007, a dívida pública nacional era de 63,7% do PIB, como é que em apenas 3 anos se regista um aumento de 8 pontos percentuais? A mesma Comissão Europeia, afirma ainda que o desemprego pode atingir os 9,1% da população activa já em 2010, o valor mais elevado da última década. Com as taxas Euribor nos mínimos de sempre, com a inflacção controlada, com o valor do barril de petróleo estável com sinais de retoma económica vindos do exterior, a questão não é saber ou determinar a data de quando Portugal conseguirá recuperar. A questão é saber como a Economia Portuguesa irá inverter um ciclo menos positivo com mais de 10 anos e recuperar um crescimento económico acima da média europeia, para que possamos convergir com os países mais desenvolvidos. E esta é a grande diferença face ao que é hoje publicitado nos media. Porque a economia vive de ciclos, e esta é uma certeza até mesmo para um país como Portugal. Mais cedo ou mais tarde, voltaremos a crescer. Mas a que taxas?
Como pode a Economia Portuguesa ultrapassar os seus problemas estruturais, garantir a sua competitividade e a convergência com os países mais desenvolvidos da Europa? Esta não pode ser mais uma análise macroeconómica mas tem de passar a ser uma análise microeconómica. Temos de olhar para os elementos base da economia e perguntar o que está mal. Identificar, Medir, Analisar, Actuar, Melhorar e Controlar. Parecem grandes desafios, mas temos de seguir este caminho para reforçarmos a nossa competitividade. As empresas devem apostar na inovação e na internacionalização, na sustentabilidade. As pessoas devem apostar na sua formação, pois só o conhecimento produz crescimento. Posto isto, devemos lutar por seguir o exemplo das economias mais desenvolvidas, atendendo especialmente aos países nórdicos e ao seu modelo social. Os caminhos para o progresso são conhecidos. Basta percorrê-los.
Bibliografia:
Comissão Europeia, Interim Forecasts, Janeiro 2009
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