A economia portuguesa contraiu-se 1,8% no quarto trimestre do ano passado, uma quebra superada apenas pela Irlanda e pela Itália, segundo dados divulgados pelo Gabinete de Estatísticas da União Europeia (Eurostat). Com esta quebra, Portugal ocupa ao lado da Finlândia a terceira posição entre os países da zona euro cujas economias se contraíram mais no quarto trimestre de 2008.
Com descidas maiores do que a portuguesa destacam-se a Irlanda (-7,4%) e a Itália (-2,9%). Perante esta situação, o governo Irlandês prepara-se para anunciar um orçamento de emergência que incluirá aumentos de impostos e reduções da despesa, de modo a diminuir o seu défice orçamental, que é actualmente o maior da zona euro nos 13% do PIB.
A grande questão que se coloca é como é que a Irlanda passou do melhor exemplo de desenvolvimento económico dentro da União Europeia, para o descalabro económico absoluto. Num país onde o défice orçamental é de uns impensáveis 13% e quando o PIB contrai -7,4%, algo sugere que a crise que a Irlanda vive não é apenas passageira, sendo muito provavelmente estrutural. E isto pode-se explicar recorrendo ao lado negro do Investimento Directo Estrangeiro (IDE). A Irlanda viveu décadas de grande crescimento sustentado pelo IDE, que lhe permitiu criar emprego e aumentar as suas exportações. Agora, com o comércio mundial a retrair-se a Irlanda sofre agora uma taxa de desemprego de 6,6%, tendo ainda cerca de 16,8% da sua população activa a trabalhar em part-time (enquanto, por exemplo, Portugal tem apenas 12,1%). Mais ainda, a Irlanda registou em 2008, uma quebra, das suas exportações em 4,78%. Mas o que arrasta o PIB e o défice para estes valores, é sem dúvida a quebra de 23,7% na Construção Civil, e a quebra de 29,9% na FBCF, valores do último trimestre do ano face ao período homólogo de 2007. Será então que o modelo de desenvolvimento Irlandês pode ser ainda considerado um modelo de desenvolvimento sustentado?
Fonte: Diário Económico, Eurostat
Com descidas maiores do que a portuguesa destacam-se a Irlanda (-7,4%) e a Itália (-2,9%). Perante esta situação, o governo Irlandês prepara-se para anunciar um orçamento de emergência que incluirá aumentos de impostos e reduções da despesa, de modo a diminuir o seu défice orçamental, que é actualmente o maior da zona euro nos 13% do PIB.
A grande questão que se coloca é como é que a Irlanda passou do melhor exemplo de desenvolvimento económico dentro da União Europeia, para o descalabro económico absoluto. Num país onde o défice orçamental é de uns impensáveis 13% e quando o PIB contrai -7,4%, algo sugere que a crise que a Irlanda vive não é apenas passageira, sendo muito provavelmente estrutural. E isto pode-se explicar recorrendo ao lado negro do Investimento Directo Estrangeiro (IDE). A Irlanda viveu décadas de grande crescimento sustentado pelo IDE, que lhe permitiu criar emprego e aumentar as suas exportações. Agora, com o comércio mundial a retrair-se a Irlanda sofre agora uma taxa de desemprego de 6,6%, tendo ainda cerca de 16,8% da sua população activa a trabalhar em part-time (enquanto, por exemplo, Portugal tem apenas 12,1%). Mais ainda, a Irlanda registou em 2008, uma quebra, das suas exportações em 4,78%. Mas o que arrasta o PIB e o défice para estes valores, é sem dúvida a quebra de 23,7% na Construção Civil, e a quebra de 29,9% na FBCF, valores do último trimestre do ano face ao período homólogo de 2007. Será então que o modelo de desenvolvimento Irlandês pode ser ainda considerado um modelo de desenvolvimento sustentado?
Fonte: Diário Económico, Eurostat
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