Ronald Coase venceu em 1991 o Prémio Nobel da Economia. Coase ficou célebre pelo seu teorema, em que afirmava que quando os custos de transacção baixassem a tal ponto, que para uma empresa fosse mais benéfico externalizar uma actividade do que produzi-la internamente, então a empresa deveria externalizar essa actividade. As empresas têm externalizado cada vez mais as suas actividades secundárias, como a área de contabilidade, os facility services, a segurança, as tecnologias e rede informática, e por aí fora. Mas actualmente, as empresas começam a procurar externalizar até áreas primárias como a área de Investigação & Desenvolvimento, considerada um dos "bastiões" geradores de novas vantagens competitivas nos últimos anos!
E porquê? Porque os custos de transacção com as novas tecnologias caíram drasticamente. As empresas compreenderam que com a Internet e todas as outras tecnologias de mobilidade à sua disposição, poderiam abrir as suas portas ao mundo e descobrirem novas fontes de vantagens competitivas.
Obter uma nova ideia é mais fácil do que nunca para uma empresa. As empresas apostam agora em plataformas de open innovation e de crowdsourcing e procuram novas ideias junto de novas pessoas, principalmente junto dos seus stakeholders. As empresas perceberam que atrair os melhores talentos não é imperativo para o seu sucesso: as empresas querem é agora encontrar os melhores talentos, fora das suas paredes, em projectos de colaboração, tal como aconteceu com o conhecido software Linux.
Hoje, qualquer pessoa, em qualquer lugar do mundo, pode trabalhar em desafiantes projectos de Investigação & Desenvolvimento, ligando-se a comunidades como a InnoCentive (http://www.innocentive.com/) onde empresas colocam problemas que esperam que um qualquer indíviduo o consiga resolver. Com mais de 180 mil utilizadores registados, esta é uma plataforma onde as empresas premeiam a Investigação desenvolvida fora das suas portas, com prémios até 1 milhão de dólares. E até já existem empresas que se dedicam até exclusivamente à resolução dos problemas que são colocados nestes "mercado de ideias"!
Assim, as empresas estão a abrir-se cada vez mais ao exterior, motivadas pela diminuição dos custos de transacção mas acima de tudo, motivadas pela descoberta de um mundo global, que lhes proporcionará inúmeras vantagens competitivas.
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