Hoje em dia, já é muito frequente encontrarmos empresários que afirmam que a sua empresa é "inovadora" ou que a sua empresa aposta em "inovação". A inovação é um tema central das actuais economias mais desenvolvidas, porque é a base da estratégia genérica da diferenciação de Porter, e em contextos hiper-competitivos, a inovação é a única arma que as empresas têm para procurar novos mercados e resistirem à pressão da concorrência, para além dos vários benefícios indirectos que já explorámos neste blogue.
No entanto, existe um sério desgaste da palavra "inovação" e muitos empresários não sabem como a devem gerir de forma a retirar os melhores proveitos para a sua organização. Vamos começar por dizer que existem duas estratégias genéricas de inovação: a do pioneiro e a do imitador. O pioneiro é o first-mover, aquele que é por norma o inovador radical, aquele que avança em primeiro lugar para um novo mercado, correndo assim maiores riscos mas com hipóteses de obter maiores retornos. O imitador é o follower, aquele que não investe tanto em I&D como o pioneiro, correndo por isso menos riscos.
No entanto, seja como pioneiro ou como imitador, as empresas devem determinar a forma como uma ideia é comercializada e concretizada. E isto é o chamado modelo de negócio para a inovação. É importante uma empresa ponderar bem o modelo de negócio a utilizar pois cada modelo tem um diferente impacto, dado um certo contexto, na probabilidade de se ter sucesso na conquista do retorno, no montante do retorno e na distribuição do retorno e do risco entre diferentes partes durante a concretização e comercialização da inovação. Existem tipicamente três modelos de negócio para a inovação:
- Integração
- Orquestração
- Licenciamento
Este é o modelo mais conhecido e historicamente o mais utilizado. A empresa integradora gere e centraliza a totalidade do processo de inovação. Aqui, a empresa privilegia o controlo sobre os factores S (start-up costs, speed, scale e support costs), factores esses que afectam a curva financeira e os benefícios indirectos da inovação. Outra razão que podemos apontar para a empresa centralizar em si o processo da inovação, não optando por recorrer a parceiros externos, prende-se com a falta de confiança que os decisores podem ter para com as empresas externas, e a gestão do conhecimento e partilha de informações. A empresa aqui abarca todo o risco do projecto com a expectativa de um retorno superior.
Orquestração
Os orquestradores gerem o processo de inovação mas não são responsáveis pela execução de algumas partes do mesmo. Fundamentalmente, as empresas recorrem à orquestração quando pretendem diminuir o risco envolvido no processo ou quando não detém todo o conhecimento necessário e/ou suficiente para executar o processo. Neste modelo, as relações entre parceiros são de colaboração, enquanto no modelo de integração são mais de cariz hierárquico. Os modelos de inovação aberta são modelos de orquestração, e este são normalmente utilizados para garantir projectos a execução de projectos de maior complexidade, desenvolvimento de inovações radicais (pela procura de novas ideias e conhecimentos) e partilha dos custos de investimento.
Licenciamento
O licenciamento é talvez o modelo menos utilizado, mas mesmo assim tem apresentado um interessante desenvolvimento. A empresa licenciadora é normalmente a detentora da ideia, mas muitas vezes cede os direitos da comercialização a outra empresa. O licenciamento é especialmente utilizado nas Tecnologias de Informação, na Biotecnologia e na Indústria Farmacêutica, onde o ritmo de mudança é muito acelerado e onde o risco é elevado. Normalmente, as pequenas empresas desenvolvem a inovação, mas como não têm dimensão de mercado para optimizar os quatro S (nomeadamente ganhar escala e investir na sustentação do produto), optam por licenciar o mesmo a empresas de menor dimensão.
Seja qual for o modelo de negócio para a inovação que determinada empresa opte por utilizar, não se pode esquecer que a performance do mesmo depende do contexto (da indústria) e do marketing-mix adoptado. Por exemplo, sendo a escala um requisito fundamental numa indústria como a automóvel, uma política de distribuição inadequada ou com reduzida expressão, é o suficiente para inviabilizar o processo no caso de um modelo como a integração. Assim, a escolha do modelo de negócio para a inovação deve ser bem reflectida e adequada em função da realidade, não só de cada indústria, mas principalmente de cada projecto.
Orquestração
Os orquestradores gerem o processo de inovação mas não são responsáveis pela execução de algumas partes do mesmo. Fundamentalmente, as empresas recorrem à orquestração quando pretendem diminuir o risco envolvido no processo ou quando não detém todo o conhecimento necessário e/ou suficiente para executar o processo. Neste modelo, as relações entre parceiros são de colaboração, enquanto no modelo de integração são mais de cariz hierárquico. Os modelos de inovação aberta são modelos de orquestração, e este são normalmente utilizados para garantir projectos a execução de projectos de maior complexidade, desenvolvimento de inovações radicais (pela procura de novas ideias e conhecimentos) e partilha dos custos de investimento.
Licenciamento
O licenciamento é talvez o modelo menos utilizado, mas mesmo assim tem apresentado um interessante desenvolvimento. A empresa licenciadora é normalmente a detentora da ideia, mas muitas vezes cede os direitos da comercialização a outra empresa. O licenciamento é especialmente utilizado nas Tecnologias de Informação, na Biotecnologia e na Indústria Farmacêutica, onde o ritmo de mudança é muito acelerado e onde o risco é elevado. Normalmente, as pequenas empresas desenvolvem a inovação, mas como não têm dimensão de mercado para optimizar os quatro S (nomeadamente ganhar escala e investir na sustentação do produto), optam por licenciar o mesmo a empresas de menor dimensão.
Seja qual for o modelo de negócio para a inovação que determinada empresa opte por utilizar, não se pode esquecer que a performance do mesmo depende do contexto (da indústria) e do marketing-mix adoptado. Por exemplo, sendo a escala um requisito fundamental numa indústria como a automóvel, uma política de distribuição inadequada ou com reduzida expressão, é o suficiente para inviabilizar o processo no caso de um modelo como a integração. Assim, a escolha do modelo de negócio para a inovação deve ser bem reflectida e adequada em função da realidade, não só de cada indústria, mas principalmente de cada projecto.
Bibliografia
Andrew, James and Harold Sirkin. 2006. Payback. Harvard Business School Press
Andrew, James and Harold Sirkin. 2006. Payback. Harvard Business School Press
Comentários