
A célula de combustível foi inventada pela primeira vez ainda no século XIX. A tecnologia tem mais de 100 anos mas os governos mundiais não têm investido na mesma, pois durante mais de 100 anos o preço do petróleo era relativamente barato. Mas a NASA utiliza o hidrogénio liquido desde 1960 para impulsionar os seus foguetões, e nos EUA já existem complexos industriais que produzem hidrogénio liquido há mais de 50 anos. Existem vários processos para converter o hidrogénio em energia, e esses processos necessitam ainda de alcançar alguma consistência e maturidade. Mas não será este o mesmo problema que o petróleo enfrentou quando foi introduzido no mercado?
O hidrogénio não existe em estado puro no nosso planeta, mas pode ser obtido através da electrólise da água, sem qualquer emissão de poluentes para a atmosfera. Mas o ponto é: sendo o hidrogénio a grande fonte de energia do Universo (é aquela que as estrelas utilizam para alimentar o seu processo de combustão), não estamos a desaproveitar o seu potencial? É que em Portugal o discurso político não contempla este tema, talvez por desconhecimento ou cepticismo. Mas existem diversas organizações em Portugal, como o IST que têm trabalhado arduamente nesta tecnologia. Temos de aproveitar aquilo que temos. E temos de ter visão. Os métodos que utilizamos actualmente para converter o hidrogénio em energia podem ter ainda vários problemas e não serem muito eficientes, mas temos de estar conscientes de que esta energia pode ser de facto a energia do futuro. Se a tecnologia actual não permite tirar ainda o melhor recurso possível do hidrogénio, não deverá ser essa a razão para deixarmos de investir no desenvolvimento de tecnologias capazes. Não nos devemos esquecer que para uma quantidade equivalente de petróleo, o hidrogénio tem um potencial energético de cerca de 20 vezes superior. Quem no mundo conseguir dominar esta fonte de energia e as tecnologias associadas, além de liderar a próxima revolução energética, reforçará em muito a sua competitividade estratégica, fruto das novas indústrias high value added e dos consequentes milhares de novos postos de trabalho.
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