Intelligence Management: uma abordagem holística

As core competences ou competências nucleares de uma empresa proporcionam uma alavanca constante de criação de valor. Mais do que isso, as core competences permitem a diferenciação das empresas entre si. Todos sabemos que não existem duas empresas iguais e isso se deve à impossibilidade que existe na replicação exacta de recursos: a começar pelas pessoas (não podem existir duas pessoas exactamente iguais a trabalhar em duas empresas distintas ao mesmo tempo).

Frequentemente as core competences são vistas como o alicerce da inovação estratégica e principalmente como a capacidade capaz de sustentar a resiliência da organização. Mas as core competences, que são no fundo a identidade distintiva da organização, são como um barco em alto mar sem radar: sem mecanismos de scanning ou research, isto é, sem intelligence não existe a capacidade de suportar a tomada de decisão.

Só que a proliferação de áreas científicas dentro da gestão empresarial, têm ditado nos últimos anos o "desmembramento" da disciplina que deveria ser o Intelligence Management. Hoje, temos um conjunto de disciplinas como o Customer Intelligence, Market Intelligence, Business Intelligence, Competitor Intelligence ou Competitive Intelligence que ao fim ao cabo têm trabalhado mais como forma autónoma e independente que de forma integrada.

A separação das vertentes interna e externa da gestão de informação estratégica tem criado algumas dificuldades à gestão do conhecimento dentro das organizações e aos próprios profissionais da área. O Intelligence Management, deve ser uma disciplina integrada dentro da gestão estratégica e capaz de suportar a tomada de decisão e a formulação de opções estratégicas. O Intelligence Management deve integrar de forma holística as vertentes interna e externa à organização para fornecer informação o mais completa possível, numa análise que pretende justificar a performance da organização dado o sistema dinâmico onde a mesma se insere (o mercad0) assim como as causas internas aliadas à produtividade.

O Intelligence Management deverá ser encarado como o radar das organizações no mercado, algo que identifique as tendências, as dinâmicas dos concorrentes e da economia, as ameaças e as oportunidades, mas que também identifique os pontos fortes e fracos da organização, pois essa comparação só poderá ser realizada com o devido enquadramento externos. É impensável que uma organização olhe apenas para o seu passado histórico comparando com a performance actual de modo a determinar se a sua estratégia é bem sucedida ou não: os indicadores internos devem ser contextualizados face aos indicadores externos. Esta é a visão holística do Intelligence Management.

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