Nós e os outros: a Educação (parte 2)

Os professores são uma peça vital no nosso sistema de educação. A sua formação, experiência e inteligência emocional influenciam decisivamente o desempenho dos seus alunos. Muito também se fala da necessidade das turmas terem menor dimensão, para que a aprendizagem dos alunos possa ser mais eficaz, e para que o método de ensino possa primar por uma comunicação mais bidireccional em vez de unidireccional. No entanto, a análise dos dois próximos gráficos revela-nos que em Portugal o número médio de alunos por Professor já é dos mais baixos entre os países da OCDE.
Dados de 2008, mostram que Portugal é o quinto país da OCDE com menos alunos por professor no ensino primário (11 alunos por professor). A estatística é dada pela divisão do total de alunos matriculados no ensino primário pelo número total de professores a trabalhar neste nível de instrução. Com menos alunos ainda apresentam-se os casos de Bélgica, Hungria, Polónia e Suécia. México, Chile e Coreia do Sul apresentam as situações simétricas, onde o número de alunos por professor é superior a 20.

Já no ensino secundário, a análise dos dados obtidos junto do Banco Mundial coloca Portugal no topo da lista dos países com menos alunos por professor. O indicador aponta para um rácio de 7,3, o mais baixo de entre todos os países mais desenvolvidos. De destacar que a Eslovénia, com 9,3 é o segundo país com menos alunos por professor, o que em termos estatísticos representa uma grande diferença percentual face a Portugal (+ 27,39% de alunos por professor que em Portugal). O rácio maior é encontrado no Chile, com 23,3 alunos por professor.
Outro indicador que vale a pena olhar é para o rácio entre alunos que aderem ao ensino superior e o total de alunos potencial que poderia entrar no ensino superior. Este indicador dá-nos uma visão do nível de competências que a população activa terá no futuro a médio prazo, pois grande parte dos jovens formados irá ingressar no mercado de trabalho português (actualmente, a maior parte dos jovens ainda prefere não emigrar, decidindo por isso permanecer em Portugal), dotando das competências apreendidas aquando da sua passagem pela Universidade.
Pelo terceiro gráfico, reparamos que em Portugal apenas 60% dos jovens em idade de poderem ingressar na Universidade o fazem, o que é um número abaixo da média da OCDE, mas mesmo assim acima de alguns países mais desenvolvidos como o Japão, Reino Unido ou Suíça. Coreia do Sul, Finlândia e Alemanha são os exemplos de maior segundo este indicador. No entanto, este indicador nada nos diz sobre as taxas de conclusão do ensino superior nem sobre o nível de qualificação da população activa. Essa análise ficará para mais tarde. Destaco apenas que no próximo texto, analisaremos os resultados dos inquéritos de PISA, que avaliam a proficiência dos alunos no domínio da matemática, ciências e leitura, e que são um inquérito standard que permite comparar as competências dos alunos nos vários países, assim como analisar a eficácia e a qualidade do serviço de ensino prestado ao nível da transmissão de conhecimentos.

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